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Zimbábue e Botsuana

By 01:18 , , , , , , , , , , , , , ,

Hoje vou contar pra vocês sobre a minha experiência no Zimbábue e em Botsuana, que sem dúvida foi a mais fantástica que já tive na vida.

Pra começar, acho interessante falar um pouco sobre como escolhi os países que iria visitar e porque eu resolvi ir para esses países (da África), já que cada vez que falo sobre a minha ida pra lá, ouço essa pergunta: Mas porque?!

Bom, quando comecei a planejar a viagem, abri um mapa mundi e comecei a fazer uma lista de todos os países que eu gostaria de visitar. Mas, como eu precisaria de  pelo menos uns 2 anos pra conseguir passar por todos os lugares da minha lista, fiz uma seleção dos países que mais me interessavam e mandei pro meu (amigo e) agente de viagens pra ver o que seria possível visitar ou não. E acredite, a África não estava na minha lista, apesar de já ter ouvido maravilhas de várias pessoas que voltaram de lá encantadas. 

Enfim, rascunhamos o meu roteiro e meu agente sugeriu que incluíssemos a África do Sul, pois tinha certeza que eu ia amar. Como confio plenamente nele, eu topei. E depois de absorvida a idéia, perguntei se teria mais algum outro país na África que eu poderia visitar em segurança - pois alguns países são muito perigosos, principalmente para mulheres sozinhas, e porque estava tendo um surto de ebola na época também. Ele me assegurou que Namíbia, Botsuana e Zimbábue eram seguros e com as cotações em mãos acabei optando por um pacote de 5 dias nos dois últimos países. Infelizmente acabei descartando a Namíbia, que era minha primeira opção, porque o custo era bem mais alto.




Pra quem não sabe (como eu antes de ir pra lá), estes três países: Namíbia, Botsuana e Zimbábue, que estão no sul da África (e ao norte da África do Sul), fazem, juntamente com a Zâmbia, fronteira uns com os outros.






Visto de entrada no Zimbábue

Após os 15 dias na África do Sul, que já contei pra vocês em posts anteriores, peguei meu vôo pra Victoria Falls - cidade no Zimbábue com o mesmo nome da catarata. No pequeno aeroporto da cidade você faz o visto para entrar no país (sendo possível fazer visto para uma única ou para múltiplas entradas). Mas, prepare-se, pois a fila anda lentamente, o calor é grande e ainda tem o custo do visto.

Do aeroporto o pessoal da Watershed (empresa responsável pela minha estada lá) me levou ao meu hotel, o Victoria Falls Safari Lodge. Eu já tinha visto fotos do hotel e sabia que a estrutura era excelente, mas ele superou minhas expectativas. Como muitos outros lá, o hotel possui uma lagoa (acredito que artificial) aonde os animais vêm atrás da água. Assim, é possível acompanhar esse vai e vem de várias espécies de animais dia e noite, de todo o hotel, dos quartos às (2) piscinas e também do bar e restaurante.  

Vista do bar para a lagoa (ao fundo) e piscina

Uma das duas piscinas do hotel



















E por falar nos quartos, eles são belíssimos! Rústicos e ao mesmo tempo de muito bom gosto. E têm uma sacadinha bacana de onde você pode contemplar a natureza, observar os animais e assistir a belíssimos sunsets


Quarto do Safari Lodge

Pôr-do-sol visto da sacada do quarto








































O atendimento no hotel é excelente, e não só no hotel, mas em todos os lugares onde estive (tanto no Zimbábue como em Botsuana), me senti acolhida e respeitada pelo povo local. Não lembro de ter me sentido tão confortável e segura em qualquer outro lugar que visitei. 


Caminho para alguns dos quartos do hotel

A cozinha do hotel também está entre os pontos positivos, os pratos são muito bem elaborados e com um preço muito justo, assim como as bebidas. Mas não espere nada muito tradicional. A cozinha usa ingredientes regionais, mas os pratos então mais para culinária internacional. 

Com exceção do Boma, tradicional churrasco africano que é servido em uma estrutura à parte, mas dentro do próprio hotel.


Entrada e recepção do Boma
Ao chegar ao local, você é recepcionado por pessoas caraterizadas e recebe uma vestimenta e pinturas no rosto também. Durante o jantar são realizadas performances de música e dança das quais você é "convidado"a participar. É muito divertido e me lembrou a nossa Bahia, pelo colorido das roupas, o batuque do som e a alegria do povo.


Tambor que você recebe para acompanhar os músicos


Apresentação musical nas mesas durante o jantar
























Quanto à gastronomia, são servidas entradas e sopa típicas, e há ainda um buffet grande de saladas e outro de carnes e acompanhamentos, e provavelmente um de sobremesas, mas que eu não podia nem pensar em comer depois de tanta coisa. Entre as carnes de caça podemos encontrar crocodilo, porco selvagem (warthog), avestruz, zebra, gazela, veado, etc. Programa altamente recomendável!

Minha primeira atividade e única pré-agendada, foi a visita à Catarata Victoria. Então aqui vão algumas informações sobre ela: Victoria Falls está localizada no Rio Zambézi, o 4o maior rio da África. Ela tem mais de 1 quilômetro de comprimento e mais de 100 metros de altura e por isso, segundo eles, é considerada a maior catarata do mundo. Mas vale lembrar que Iguaçu (pelo número de quedas) e Niagara (pelo volume de água) também disputam esse título.


Vista das Cataratas Victoria em um dos primeiros mirantes
O barulho que as quedas causam pode ser ouvido há 40 quilômetros de distância, e o seu spray, que tem cerca de 400 metros de altura, pode ser visto de até 50 quilômetros. E é realmente impressionante ver a "fumaça" da catarata quando se chega à Victoria Falls.


"Fumaça"das cataratas, o spray que pode ser visto a quilômetros de distância
Bom, algumas dicas pra quem vai fazer esse passeio: 

1) Leve capa de chuva! - É possível alugar uma capa de chuva na feirinha em frente à entrada, mas se tiver uma capa de chuva boa, use-a! O tour pelas quedas molha muito mais do que se pode imaginar. Leve também uma boa capa para a câmera fotográfica (eu levei e ainda assim tive que guardar a câmera a partir de determinado momento), e para o celular (o meu apesar de estar no bolso da capa de chuva, ficou completamente ensopado - nesse caso deixe o celular desligado em meio a um monte de arroz cru pra tirar a umidade).

2) Vá com roupas e sapatos que sequem facilmente e não pesem quando molhados - Sim, você vai ficar completamente encharcado! Roupas esportivas e sandálias de caminhadas são uma excelente opção (e obviamente eu não sabia disso!).

3) Leve um lanche leve e água - Apesar da estrutura possuir uma lanchonete/restaurante, no fim do caminho é possível ver a ponte que leva à Zâmbia e lá se forma um arco-íris. Depois de tanto banho, nada mal fazer uma pausa contemplando essa vista a seco, não?!


Ponte na divisa entre Zimbábue e Zâmbia que pode ser vista no fim da trilha das cataratas
Sobre a visita: o Parque não é muito grande e não é necessário pegar um guia para fazer o roteiro, que leva cerca de 2:30 horas. Mas você pode solicitar um (com antecedência), se quiser. Os primeiros pontos de parada, que são os mais distantes, são os de onde se pode observar melhor a catarata. Esses pontos ainda são secos e você não entende porque te mandaram levar uma capa de chuva (rsrsrs). Em um determinado momento, quando você se aproxima do mirante, leva uma chuvarada na cabeça. É muito estranho, porque você dá um passo pra trás e nada, mas quando volta pra frente, água na cabeça. É nesse momento que você começa a entender a necessidade da capa. Essa "chuva" nada mais é que o spray da catara e quanto mais você vai se aproximando dela, pior ele vai ficando. Até o ponto em que você tem a sensação de estar em meio a uma tempestade de verão. Mas o pior é que quanto mais perto, pior a visibilidade, então esqueça as fotos e viva a sensação de estar assim pertinho dessa maravilha da natureza e divirta-se como uma criança tomando um banho de chuva. Afinal, você não é o único ali naquela situação! 


Quase no fim da trilha e completamente ensopada

Na África (pelo menos no sul) as épocas de chuva e seca são muito bem definidas, e isso interfere no volume de água das cataratas, o que pode facilitar ou piorar a sua visibilidade.

Depois do passeio, volte pro hotel, tome um banho quente e descanse. Você merece! Rs.

Caso você ache que o passeio a pé não tenha sido o suficiente, também é possível ver a catarata de cima, fazendo um vôo de helicóptero. Assim como os outros pacotes, esse pode ser adquirido diretamente no hotel onde está se hospedado ou nas operadoras da região. Mas o interessante de fechar com o hotel é que eles tem acesso a diferentes operadoras, você não precisa ir à cidade para comprá-los (a maioria dos hotéis fica longe do centrinho) e o preço é o mesmo. 

Por falar em centrinho, você não precisa se preocupar com o deslocamento. As empresas responsáveis pelos pacotes tem o transporte incluso e os hotéis tem ônibus que vão e voltam do centro durante todo dia e até certa hora da noite. 


O segundo passeio que fiz foi o mais lindo e emocionante da minha vida! Caminhar com leões em seu habitat natural foi simplesmente fantástico! A princípio eu estava um pouco relutante, pois achei que os leões estariam dopados, como em alguns outros lugares, mas eu não poderia saber se não fosse ver, então, lá fui eu. O valor do passeio é alto (150 dólares, assim como o dos elefantes), mas o valor ajuda a custear um projeto belíssimo de aumento da população de leões na vida selvagem. O projeto consiste em procriar os leões em cativeiro e depois inseri-los de volta no ambiente natural. Alguns deles são treinados quando pequenos para fazer esse tipo de atividade que fizemos, mas depois de certa idade passam a ver o ser humano como presa e passam pelo processo de re-inserção no ambiente natural.



Andando lado a lado com as leoazinhas
Eu me senti muito segura durante todo o passeio, pois a equipe fornece todas as informações necessárias sobre como deve-se proceder e acompanha todo o trajeto, juntamente com um guarda armado (pois existem búfalos naquela região). A visita consiste no seguinte: ao chegar ao local você assiste a um vídeo que fala do declínio da população de leões na África nos últimos anos e também sobre o projeto e sua importância. Depois são dadas informações sobre como proceder durante a visita, como se comportar com os leões e como tocá-los. E então, cada um ganha uma espécie de cajado e todos adentram a savana. Os animais nos encontram lá, em seu ambiente natural. No meu caso, foram duas leoas de 4 meses de idade, previamente alimentadas. Durante todo o tempo, a vontade das leoas prevaleceu. Se elas queriam andar, andávamos, se queriam sentar, nos revezávamos para tocá-las. Uma equipe de cerca de 8 pessoas nos acompanhou. Além do senhor armado, alguns homens eram responsáveis por distrair as leoas, outros por fotografar e filmar e outros nos orientavam todo o tempo. Foi uma experiência linda e marcante. Recomendo para quem tiver a oportunidade, de que não a perca! Ah, e também é possível participar voluntariamente do projeto.


Tocar um leão é uma das experiências mais lindas que alguém pode ter



Outro passeio que fiz foi um safari, ou game drive como eles chamam por lá, com elefantes. Eles chamam de Game todas as carnes de caça, mas eu não saberia explicar porque. Nesse passeio você chega no local e, como nos leões, recebe informações sobre a população de elefantes e sobre o que consiste o projeto. Este, ao contrário do dos leões, não visa aumentar a população de animais na vida selvagem. Eles mantêm a reprodução em cativeiro, mas os animais permanecem isolados dos outros animais. Isso porque os elefantes selvagens são muito agressivos e devastam a área por onde passam. Assim, este projeto serve mais para a manutenção da espécie e, principalmente, para a educação ambiental.



O primeiro contato com um elefante 
Bom, voltando a programação, após receber as informações, os elefantes são trazidos para perto de nós para que tenhamos um primeiro contato com eles. São animais enormes e realmente assustam um pouco. Sua pele é áspera e dura e seus pelos são muito, muito duros. Mas eles são um charme e em questão de minutos você já está completamente apaixonado por eles.

O passeio é feito por duas pessoas, além do guia. No meu caso, ainda acompanharam mais um guia e o filhote da minha elefante, que ainda está amamentando (o que deixou tudo ainda mais lindo!).


Durante o safari
Meu quarto passeio foi visitar a área rural e ver como a população da região vive. Toda a experiência com os animais foi indescritivelmente linda, mas ir à África e não conhecer a realidade das pessoas não faria sentido algum pra mim.


Então lá fomos nós, eu e meu guia, para o Village Tour. E foi incrível entrar na casa dessas pessoas tão simples e acolhedoras. Fiquei encantada com a limpeza e organização das casas, que são construídas por eles mesmos. Algumas tinham inclusive canteiros de flores ao seu redor. Mas apesar de tudo isso, essas pessoas não tem acesso à água encanada. Um dos moradores que visitei possui uma torneira no terreno e essa torneira, proveniente de doações, abastece a população daquela área. Além da água encanada, eles não têm acesso à luz elétrica e muitas vezes não tem banheiro (nem fora de casa).


Uma das famílias que eu conheci na Vila de Victoria Falls
Foi extremamente gratificante e um tanto revoltante conhecer a realidade dessa gente e conhecer a realidade do governo deles também.


Detalhe que faz a diferença: O Zimbábue não tem moeda própria há muitos anos, por isso usa o Rand (moeda da África do Sul) ou o dólar americano. Mas em alguns lugares aceita Euro e outras moedas estrangeiras. Ou seja, o custo de vida para a população é altíssimo, enquanto os rendimentos não.

Pra fechar meus dias no Zimbábue, eu não poderia fazer outra coisa senão um cruzeiro no pôr-do-sol.

Sunset cruise, um safari no rio Zombeis ao pôr-do-sol
A idéia era fazer um safari, mas a turma era tão divertida que observar os animais ficou em segundo plano. Mas o passeio é lindo, e ainda é regado a comes e bebes deliciosos. Afinal, a África sabe tratar muito bem os seus turistas!

Brasileira (eu), Sul Africano, Polonesa, Canadense, Francês e Inglesa curtindo o fim do dia

Bom, acho que esse post já ficou imenso e vou deixar o Botsuana pra próxima.

Espero que tenham gostado, porque eu amei reviver todas essas lindas experiências.

Beijos e até o próximo!

Fabi, a Rosa viajante.

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