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Senta que lá vem a história (rsrs)… porque hoje é Natal e faz um ano que eu voltei de viagem!

Muita coisa aconteceu nesse ano que passou desde o meu retorno. Eu voltei pro trabalho do qual havia pedido licença, fiquei 2 meses por lá cumprindo aviso prévio e então sai. Levei minha cachorrinha doente pra morar comigo e quase 3 meses depois ela veio a falecer. Minha avó paterna faleceu em seguida. Tentei ingressar em um doutorado, mas não fui aprovada. Prestei vestibular pra uma faculdade, mas não fechou turma. Fiz muita, mas muita terapia. Pensei em fazer comida pra vender, em abrir um restaurante, em abrir uma confecção… Enfim, muita coisa aconteceu mesmo! 

Desde que eu voltei pra casa, minha vida se tornou um caos. Passei por muitos altos e baixos. Na verdade muito mais baixos do que altos. Foi um ano muito difícil, mas, talvez por isso até, incrivelmente enriquecedor.

Quando eu decidi viajar, tinha muitos objetivos em mente. Ninguém (eu acho) decide fazer uma viagem dessa sem ter uma série de questões motivadoras. Eu tinha alguns pontos muito claros, mas o principal era que eu queria mudança. 

Busquei visitar lugares que me tirassem da zona de conforto. Eu queria conhecer culturas diferentes, culinárias diferentes, queria entender melhor alguns conflitos entre países, entender um pouco as diferentes religiões. Queria abrir minha cabeça, me libertar de certos (pré)conceitos, enfim, me tornar um ser humano melhor.

Sempre achei que essas mudanças aconteceriam durante o meu percurso, afinal, 9 meses é tempo pra burro! Achei que chegaria de volta ao Brasil mudada e revolucionaria minha vida por aqui. Mas não foi bem assim que aconteceu. As mudanças nunca são tão óbvias e nem fáceis. 

Enquanto viajava eu me adaptei com muita facilidade aos lugares que visitei. O que eu não previa é que a adaptação no meu retorno seria tão difícil. Pois bem, foi nessa fase sofrida de adaptação de volta pra casa onde eu de fato encontrei tudo o que eu fui buscar.

Claro que, conforme eu fui conhecendo as realidades tão distintas dos diversos (23) países que visitei, eu fui agregando diferentes valores, diferentes conhecimentos. Durante os 9 meses eu fui vivenciando uma mudança interna silenciosa e gradativa. A gente acha que simplesmente um dia vai acordar diferente, como num passe de mágica. E essa mágica até acontece, mas não de um dia pro outro.

Depois de 9 meses acumulando aprendizados (e quilos), eu voltei pra casa. Mas o que me incomodava, ao contrário do que as pessoas imaginam, não era o fato de voltar ao Brasil e achar tudo aqui horrível. Na verdade eu estava muito feliz por estar de volta, por estar perto da minha família e amigos novamente. Eu passei mais de 6 meses sem ver um rosto conhecido e viajando num ritmo que mal me permitia criar laços. Ter as pessoas que eu amava por perto novamente era inexplicavelmente bom!

O que me incomodava num primeiro momento era a falta de estrutura, a falta de movimento. Eu não tinha mais nada na cozinha, não tinha internet, não tinha TV a cabo, não tinha carro (e tinha greve de ônibus), as roupas não me serviam e eu não sabia como ficaria a minha situação financeira, ou seja, também não tinha grana. 

Eu que tinha passado 9 meses livre, leve e solta por esse mundo, agora me sentia trancada em casa. E pra piorar, na época em que eu voltei, entre Natal e Ano Novo, ninguém fica em Blumenau. Ou seja, de alguma forma eu continuava me sentindo sozinha. Pode até parecer meio bobo, mas foi muito difícil lidar com a soma de todas essas pequenas coisas.

Mesmo passada essa fase inicial de adaptação, durante muitos e muitos meses, as coisas pareciam difíceis de administrar. Parecia que a vida às vezes ficava pesada e nuvenzinhas negras pairavam sobre a minha cabeça. 

Durante os meses que se seguiram à minha volta, eu tinha a sensação de que um rolo compressor passava por cima de mim todos os dias. Até que eu finalmente entendi o que estava acontecendo comigo.

Quando eu decidi largar tudo e sair pra ver o mundo, meu objetivo principal, como eu já falei, era a  mudança. E eu passei 9 meses me abrindo pra isso, me permitindo mudar. Mas voltar pra casa é confrontar velhos hábitos. Depois de tantos meses acumulando pequenas mudanças, eu tive que me deparar com a velha Fabiana. E era essa guerra travada entre o velho e o novo que me assolava todo santo dia. 

Durante toda a minha viagem eu exercitei voluntaria e involuntariamente o desapego. Porque era necessário e porque fazia parte da vida livre que eu buscava. Quando voltei, achei que seria possível trazer pra minha realidade o estilo de vida desapegado que eu havia adotado. Foi um choque abrir meus armários e ver a quantidade de coisas que eu tinha, admitir que a vida sem carro aqui é complicada e aceitar que talvez eu precisasse de um novamente. E foi muito mais difícil ainda, admitir que além de mim, as pessoas daqui também haviam mudado enquanto eu viajava.

Foi quando eu aceitei que a realidade daqui era diferente da realidade que eu havia vivido nos últimos tempos, que não é possível viver nômade o resto da vida, que existem hábitos que eu posso e devo manter e outros que precisam de tempo pra serem compreendidos incorporados à nossa realidade, e que as pessoas podem ter mudado também, mas isso não impede que eu continue amando-as, que eu comecei a viver em paz. Nós não temos só apegos a coisas, também temos a hábitos e a pessoas. E ser livre consiste em abrir mão de cada um deles.

Eu sabia já há muito tempo que precisaria dar tempo ao tempo pra que as coisas entrassem nos eixos novamente. Mas mesmo tendo consciência de que seria necessária muita paciência pra que tudo se ajeitasse e mesmo com a certeza de que tudo ficaria do jeito que deveria ficar, eu me cobrei muito, me penalizei muito. Porque a gente não se permite. A gente tem pressa, tem medo, sofre, se atropela e peca por ansiedade. 

Precisei de muita terapia. De muita ajuda da família e dos amigos (aliás, agradeço muitíssimo todos os dias pelas pessoas maravilhosas que eu tenho na minha vida). Dei o braço a torcer e procurei um “Coach" e fui surpreendida positivamente.

Hoje posso dizer que mais que os 9 meses de viagem, esses 1 ano e 9 meses de vida me proporcionaram uma experiência indescritível! Posso dizer que sou um ser humano melhor, simplesmente porque eu procuro ser melhor a cada dia. Eu erro pra burro, como todo mundo. Mas isso não faz com que eu desista de mim. 

Apesar de continuar com mil ideias na cabeça, hoje eu tenho consciência de quais eu posso executar agora e quais ficarão pro futuro. E isso faz com que eu não deixe de sonhar com elas. 

Hoje eu posso dizer que eu sei quem eu fui, quem eu sou e quem eu quero me tornar!

Eu sempre quis fazer algo pra que o nosso mundo seja um mundo melhor. Foi isso que norteou a escolha da minha profissão e que continua norteando as minhas escolhas até hoje. Ao invés de buscar a mudança que eu tanto queria começando do zero em outra profissão, eu escolhi usar tudo o que eu já aprendi profissional e pessoalmente pra ajudar as pessoas a mudar.  Mudar seus conceitos, seus negócios, seu dia-a-dia. Assim, eu acredito que podemos todos juntos construir um mundo melhor.

Quando eu decidi pedir licença do trabalho e viajar pelo mundo eu tinha certeza que estava fazendo a coisa certa. Mas eu não tinha como dimensionar, descrever ou mesmo sonhar com o que viria depois! Hoje eu só tenho uma coisa a dizer (ou a repetir): OBRIGADA VIDA pela linda oportunidade!!



Conforme havia dito aqui, sempre que conseguisse acertar uma receita dos meus livros de culinária adquiridos na viagem, postaria a receita aqui no blog.

Semana passada finalmente eu consegui acertar uma! Então, como promessa é dívida, aqui vai a receita:

Rolinho Primavera de Cogumelo e Alho Poró com Maionese de Limão e Coentro

Ingredientes:

Para o Rolinho

2 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem
1 cebola grande, finamente picada
6 cebolas roxas pequenas, finamente picadas
4 alhos poró, finamente picados
300g de cogumelos frescos, finamente picados 
Pimenta e sal a gosto
Suco de 1/2 limão
2 colheres de sopa de molho inglês
1 punhado de um mix de ervas frescas picadas, tais como hortelã,  coentro, manjerona e manjericão
16 a 20 folhas de papel de arroz

Para a Maionese

4 colheres de sopa de maionese
1 colher de sopa de suco de limão
1 pequeno maço de coentro, grosseiramente picado

Modo de preparo:


Aqueça o azeite de oliva em uma frigideira grande, acrescente as cebolas (inclusive as roxas) e refogue até ficar transparente. Adicione os alhos poró e frite por 5 minutos em um fogo médio-alto. Adicione os cogumelos e frite até que não reste mais líquido algum, o que deve levar de 15 a 20 minutos. Acrescente sal e pimenta, o suco de limão, o molho inglês e as ervas.  Reserve para resfriar.


Pincele o papel de arroz com água, coloque uma colherada da mistura de cogumelos e enrole. Frite em fogo médio-alto até ficar dourado. Escorra a gordura em papel-toalha e sirva imediatamente com a mistura de maionese de acompanhamento (para o preparo, misture os ingredientes).



Versão feita na Airfrayer e com maionese caseira 
Sobre a receita:

Essa receita foi retirada de um livro que comprei em Phnom Pehn, de um restaurante chamado Friends. Ele faz parte de uma aliança global chamada TREE - Training Restaurants for Employment and Entrepreneurship (Formação em Restaurante para Emprego e Emprendedorismo). O restaurante-escola é um empreendimento social que visa a treinar jovens para o mercado, além de oferecer um serviço de excelência para os seus clientes. O lucro obtido pelo restaurante é investido nos trainees e em programas sociais.

Infelizmente, nos dias em que estive por lá, ele estava fechado e não pude conhecer pessoalmente a estrutura da ONG. Mas, caso você tenha a oportunidade de visitar a capital do Camboja, não deixe de visita-lo.


Bom, espero que tenham gostado!

E caso tenham dificuldade em achar papel de arroz, eu pedi pra meninas do Rei das Castanhas me avisarem quando a encomenda chegar.

Beijos e até o próximo,

Fabi, a Rosa viajante









Há alguns dias o Mundo, meu quintal falou (leia aqui) sobre a notícia de um turista escocês que morreu esmagado por um elefante na Tailândia e, em decorrência disto, de toda a problemática da domesticação de elefantes pelo mundo.
No entanto, nem tudo está perdido! Acabei de descobrir que existe um projeto para construção de um retiro para elefantes AQUI NO BRASIL para toda a América Latina.

Aparentemente nos moldes do santuário que visitei em Chiang Mai (Tailândia) - como falei neste mesmo post - a reserva será um espaço onde esses animais que foram vítimas de contrabando e sofreram maus tratos e exploração durante toda sua vida, possam se "aposentar" com qualidade (do que lhes resta) de vida!
Mas A MELHOR parte, é que a gente pode colaborar com esse projeto! Isso mesmo, é só acessar o lik do crowdfunding Santuário de Elefantes Brasil - Vamos Construir uma Nova Casa para os Elefantes! e ajudar com a quantia que puder!
E se não puder contribuir com dinheiro, ajude divulgando a ideia nas suas redes sociais. Quanto mais pessoas forem alcançadas, maiores as chances de ver esse LINDO projeto realizado!!

Gostou?! Espero que sim!

Beijos da Rosa viajante!


Nessa semana foi noticiada a morte de um turista escocês em um acidente com um elefante na Tailândia. O post do Estadão que reportou o acontecido questiona: Você ainda culpa o elefante?

Eu levei bastante tempo pra entender o que acontece com os elefantes que são utilizados para passeios turísticos e outros fins. Hoje sinto bastante vergonha de já ter montado  elefantes. E por isso, gostaria de compartilhar com vocês o que eu aprendi nesses meses na estrada para que vocês, ao contrário de mim, não precisem aprender com experiências erradas.


Elefante visto em um safári no Parque Nacional do Chobe - Botsuana
Bom, vamos começar lá do comecinho. Iniciei minha trip pela África, mais exatamente pelo sul. Lá, eu pude visitar a África do Sul, o Zimbábue e o Botsuana. Nestes dois últimos países existe uma população muito grande de elefantes selvagens, sendo possível vê-los às margens das rodovias, cruzando as estradas e, principalmente, durante os safáris.

Elefante cruzando a estrada em Victoria Falls - Zimbábue
Nos dias em que passei no Zimbábue, como já falei em um post anterior (que você pode ver aqui), visitei dois programas relacionados a animais selvagens, o Lion Encounter e o Elephant Back Safaris and Interaction Victoria Falls. O primeiro visa a aumentar o número de leõs no ambiente natural e através do passeio com os animais, arrecadar fundos e realizar educação ambiental. Já o segundo é uma espécie de retiro para elefantes órfãos que foram resgatados e hoje são treinados com técnicas que, supostamente, não depreciam nem maltratam os animais. Porém, uma vez domesticados, eles não podem mais retornar para a vida selvagem, dependendo do espaço e dos recursos que a ONG disponibiliza.


Processo de adaptação aos elefantes do Wild Horizons
Nesse retiro são realizados safáris com elefantes ou Game Drive, como costumam chamar por lá. Eles consistem em um passeio nas costas do elefante pela área da ONG para observar animais selvagens. No retorno, os elefantes são alimentados pelos turistas como uma forma de agradecimento. Os animais pareciam bem cuidados, mas apesar do encantamento por esses seres gigantes e adoráveis, saí de lá com alguma coisa me incomodando, o que eu só fui entender muitos meses depois, na Tailândia.


Game Drive no Zimbábue
A segunda vez que eu montei um elefante foi na Índia, em um daqueles passeios que já vêm inclusos no pacote. O trajeto não era muito extenso, era a subida até o forte Amber, onde, enfileirados, os elefantes carregavam turistas morro acima. Normalmente este é o tipo de passeio que eu evitaria, simplesmente por não ter conotação cultural, ambiental ou social que justificasse fazê-lo. Mas a confusão (que só o turista que já foi abordado por dezenas de ambulantes ao mesmo tempo em visita a algum país asiático entenderá) no desembarque do ônibus deixa qualquer pessoa completamente desnorteada.


Tentando parecer uma turista "normal" na subida do forte Amber, Jaipur, Índia
Desci do ônibus e segui, tentando o mais rápido o possível sair do meio daquele monte de gente querendo vender algo a qualquer custo. Mas eles nos seguiram por todo o trajeto, insistindo para que comprássemos algo. Nesse contexto social, onde você vê dezenas de pessoas em uma situação desesperadora, um misto de irritação e comoção tomam conta e  é praticamente impossível lembrar do pobre elefante. Na verdade, você só começa a se dar conta do que fez quando, ao fim do passeio, olha de cima do forte a fila imensa de elefantes, a primeira vista encantadora e posteriormente atordoante.


Subida do forte de Amber feita nas costas dos elefantes.
Uma cena, a primeira vista, encantadora.
Depois de mais alguns meses de viagem, finalmente cheguei à Tailândia. Passei alguns dias em Bagkok e segui pra Chiang Mai, no norte do país. Um dos objetivos da minha visita era passar um tempo em um retiro para elefantes que achei pela internet chamado Elephant Nature Park. Tentei ser voluntária, mas não havia mais vaga. Então, decidi passar 2 dias e uma pernoite para poder ter um pouco mais de contato com os animais. E, definitivamente, recomendo essa experiência para quem puder!


Elephant Nature Park - um retiro para os elefantes
A visita que eu fiz consiste do seguinte: No primeiro dia, assim como todos os outros visitantes, alimentamos os elefantes da plataforma da sede do Parque. Esse é o primeiro contato com os animais e já é uma farra!

Alimentando os elefantes com melancias no Elephant Nature Park
Depois visitamos as instalações de alguns elefantes que estão isolados, pois estão doentes e sendo tratados. Podemos dar água aos elefantes durante esta visita.

Dando água para um elefante doente que está isolado
Depois de conhecer um pouco melhor as instalações, chega a hora mais esperada do dia, a de dar banho nos elefantes. Espero que tenha sido tão divertido para o nosso elefante, quanto foi pra nós. Porque, obviamente, o banho dele acabou em uma guerra de água. O que não poderia ser mais prazeroso, considerando o calor que faz na Tailândia no mês de setembro - época de monções.

Dar banho nos elefantes é, sem dúvida, a parte mais divertida da visita
Depois de passar o dia em diversas atividades pelo retiro, você se hospeda em um dos bangalôs super bacanas que eles têm na propriedade e se prepara para o dia seguinte. As refeições vegetarianas, preparadas pelos voluntários, também estão inclusas no pacote e são deliciosas.

O "modesto" quarto do Parque
No dia seguinte as visitas ficam ainda mais interessantes e o contato com os animais, mais próximo. Vamos, junto com nosso guia, conhecer os diversos grupos de elefantes do retiro. Dentre os momentos mais marcantes do nosso segundo dia posso mencionar: sermos perseguidos por um filhote de elefante que havia sido provocado pelos cachorros que nos acompanhavam; alimentar frente a frente uma elefante que vive isolada devido a um retardo mental ocasionado pela ingestão de drogas; e andar na mata fechada para verificar como como os cuidadores estão tratando os elefantes.

Alimentando uma elefante com problemas mentais
Durante todas essas atividades que fizemos pudemos ver diversos animais machucados mental e fisicamente. Animais cegos, amputados, surdos, loucos e com todos os tipos de lesões imagináveis e inimagináveis. Lá aprendemos que para que um animal selvagem como o elefante seja domesticado, ele passa por todo o tipo de maltrato, até que submeta ao seu "cuidador". Alguns destes animais foram utilizados para tração, outros para passeios, outros para tirar fotos, entre outros tipos de exploração. 

Outro problema relacionado ao uso de animais para o turismo é que uma vez domesticado, o elefante não tem mais condições de retornar ao ambiente natural, pois não consegue sobreviver. E os filhotes nascidos em cativeiro não têm quem os ensine a sobreviver na selva e também ficam impossibilitados de retornar à vida selvagem.

Então, mesmo que o animal pareça saudável e mesmo que o projeto pareça bacana, acho que já temos motivos mais do que suficientes para nunca mais montar um elefante na vida, não é?! E quem quiser ter contato com os animais, pode ir em algum dos muitos retiros para elefantes maltratados na Tailândia.

E sempre que tiver vontade de montar ou tirar fotos com elefantes ou qualquer outro animal, lembre-se que ele está sendo explorado porque pessoas como eu e você pagam por isso!

Ficar cara a cara com um elefante na floresta é uma experiência indescritível
E por fim, deixo meu desabafo publicado em 23 de setembro do ano passado no meu perfil do Facebook como apelo para que parem de montar elefantes!

"Agradeço ao Elephant Nature Park pela oportunidade de conhecer melhor a realidade dos elefantes aqui na Tailândia, que não é muito diferente de tantos outros lugares. É triste demais ver elefantes deficientes, cegos e com retardo mental devido aos maus-tratos por seres "humanos". Mas também é fantástico ver um projeto como este, que deu certo, cuidando de mais de 60 elefantes, dando-lhes qualidade de vida e tranquilidade depois de tanto sofrimento. 

Quando nós, turistas, montamos um animal como esse, não temos ideia do impacto que causamos na vida dele. Mesmo que ele aparente ser bem cuidado, esse animal saiu do seu ambiente natural para ser domesticado e usado para turismo, transporte, etc. Ele vai sofrer uma série de abusos no processo de domesticação e nunca mais estará apto a viver como um animal selvagem novamente. Também seus filhotes, nascidos em cativeiro, não terão a oportunidade de aprender como sobreviver na selva. 


Acho que é mais do que suficiente para nunca mais montarmos um animal selvagem de novo, né?! Você quer ver um elefante?! Visite um desses projetos "santuários". Mas não monte mais esses animais quando for para o exterior. Isso só faz com que os capturem mais e mais em nome do turismo! ‪#‎stopelephantrides‬".



Espero que tenham gostado!



Beijos da Rosa viajante!







Depois de um tempo meio abandonadinho, sem um post novo, o Mundo, meu quintal começa 2016 com novidades!

A primeira é que agora o blog tem seu próprio IG, o @mundo.meu.quintal. A ideia é abastecê-lo com fotos da viagem, antigas e novas, pra contar histórias, dar dicas ou só pra matar saudade da trip mesmo. 

Essa é a cara do IG do Mundo, meu quintal
A segunda novidade é que agora sou colaboradora do Lilly´s Trends, o blog de moda da minha Best e consultora de moda, que quer ampliar a gama de informação das leitoras e conta, além de mim, com outros colaboradores pra falar sobre beleza, saúde e cultura pop. Bom, acho que nem preciso dizer sobre o que eu vou falar, né?! Gastronomia e Viagens (e de preferência os dois juntos), é claro! 

Olha o post aí no Lilly´s Trends!
Pra quem quiser conferir, é só acessar o Comidinhas de NY. Clique e descubra quais foram os restaurantes que visitamos nos dias em que passamos na Big Apple! Foram 10 dias de muita diversão, andanças, compras e muita, mas muita comilança.

Mas não para por aí! Aqui pelo blog, também haverão mudanças. Além dos registros escritos e fotográficos da viagem, pretendo compartilhar post interessantes de outros blogs e também, sempre que possível, postar as receitas do mundo que eu fizer e derem certo (por enquanto só tive duas experiências frustradas).

São muitas coisas em mente pra esse ano pós-trip! E eu espero conseguir colocar todas elas em prática e movimentar muito esse espaço. E caso surja alguma sugestão, ideia ou curiosidade, mande pra mim por aqui ou pela página do facebook, que ela pode vir a virar um post.

Por enquanto é isso!

É muito, mas muito bom estar de volta!

um beijo, da Rosa viajante.

Hoje vou contar pra vocês sobre a minha experiência no Zimbábue e em Botsuana, que sem dúvida foi a mais fantástica que já tive na vida.

Pra começar, acho interessante falar um pouco sobre como escolhi os países que iria visitar e porque eu resolvi ir para esses países (da África), já que cada vez que falo sobre a minha ida pra lá, ouço essa pergunta: Mas porque?!

Bom, quando comecei a planejar a viagem, abri um mapa mundi e comecei a fazer uma lista de todos os países que eu gostaria de visitar. Mas, como eu precisaria de  pelo menos uns 2 anos pra conseguir passar por todos os lugares da minha lista, fiz uma seleção dos países que mais me interessavam e mandei pro meu (amigo e) agente de viagens pra ver o que seria possível visitar ou não. E acredite, a África não estava na minha lista, apesar de já ter ouvido maravilhas de várias pessoas que voltaram de lá encantadas. 

Enfim, rascunhamos o meu roteiro e meu agente sugeriu que incluíssemos a África do Sul, pois tinha certeza que eu ia amar. Como confio plenamente nele, eu topei. E depois de absorvida a idéia, perguntei se teria mais algum outro país na África que eu poderia visitar em segurança - pois alguns países são muito perigosos, principalmente para mulheres sozinhas, e porque estava tendo um surto de ebola na época também. Ele me assegurou que Namíbia, Botsuana e Zimbábue eram seguros e com as cotações em mãos acabei optando por um pacote de 5 dias nos dois últimos países. Infelizmente acabei descartando a Namíbia, que era minha primeira opção, porque o custo era bem mais alto.




Pra quem não sabe (como eu antes de ir pra lá), estes três países: Namíbia, Botsuana e Zimbábue, que estão no sul da África (e ao norte da África do Sul), fazem, juntamente com a Zâmbia, fronteira uns com os outros.






Visto de entrada no Zimbábue

Após os 15 dias na África do Sul, que já contei pra vocês em posts anteriores, peguei meu vôo pra Victoria Falls - cidade no Zimbábue com o mesmo nome da catarata. No pequeno aeroporto da cidade você faz o visto para entrar no país (sendo possível fazer visto para uma única ou para múltiplas entradas). Mas, prepare-se, pois a fila anda lentamente, o calor é grande e ainda tem o custo do visto.

Do aeroporto o pessoal da Watershed (empresa responsável pela minha estada lá) me levou ao meu hotel, o Victoria Falls Safari Lodge. Eu já tinha visto fotos do hotel e sabia que a estrutura era excelente, mas ele superou minhas expectativas. Como muitos outros lá, o hotel possui uma lagoa (acredito que artificial) aonde os animais vêm atrás da água. Assim, é possível acompanhar esse vai e vem de várias espécies de animais dia e noite, de todo o hotel, dos quartos às (2) piscinas e também do bar e restaurante.  

Vista do bar para a lagoa (ao fundo) e piscina

Uma das duas piscinas do hotel



















E por falar nos quartos, eles são belíssimos! Rústicos e ao mesmo tempo de muito bom gosto. E têm uma sacadinha bacana de onde você pode contemplar a natureza, observar os animais e assistir a belíssimos sunsets


Quarto do Safari Lodge

Pôr-do-sol visto da sacada do quarto








































O atendimento no hotel é excelente, e não só no hotel, mas em todos os lugares onde estive (tanto no Zimbábue como em Botsuana), me senti acolhida e respeitada pelo povo local. Não lembro de ter me sentido tão confortável e segura em qualquer outro lugar que visitei. 


Caminho para alguns dos quartos do hotel

A cozinha do hotel também está entre os pontos positivos, os pratos são muito bem elaborados e com um preço muito justo, assim como as bebidas. Mas não espere nada muito tradicional. A cozinha usa ingredientes regionais, mas os pratos então mais para culinária internacional. 

Com exceção do Boma, tradicional churrasco africano que é servido em uma estrutura à parte, mas dentro do próprio hotel.


Entrada e recepção do Boma
Ao chegar ao local, você é recepcionado por pessoas caraterizadas e recebe uma vestimenta e pinturas no rosto também. Durante o jantar são realizadas performances de música e dança das quais você é "convidado"a participar. É muito divertido e me lembrou a nossa Bahia, pelo colorido das roupas, o batuque do som e a alegria do povo.


Tambor que você recebe para acompanhar os músicos


Apresentação musical nas mesas durante o jantar
























Quanto à gastronomia, são servidas entradas e sopa típicas, e há ainda um buffet grande de saladas e outro de carnes e acompanhamentos, e provavelmente um de sobremesas, mas que eu não podia nem pensar em comer depois de tanta coisa. Entre as carnes de caça podemos encontrar crocodilo, porco selvagem (warthog), avestruz, zebra, gazela, veado, etc. Programa altamente recomendável!

Minha primeira atividade e única pré-agendada, foi a visita à Catarata Victoria. Então aqui vão algumas informações sobre ela: Victoria Falls está localizada no Rio Zambézi, o 4o maior rio da África. Ela tem mais de 1 quilômetro de comprimento e mais de 100 metros de altura e por isso, segundo eles, é considerada a maior catarata do mundo. Mas vale lembrar que Iguaçu (pelo número de quedas) e Niagara (pelo volume de água) também disputam esse título.


Vista das Cataratas Victoria em um dos primeiros mirantes
O barulho que as quedas causam pode ser ouvido há 40 quilômetros de distância, e o seu spray, que tem cerca de 400 metros de altura, pode ser visto de até 50 quilômetros. E é realmente impressionante ver a "fumaça" da catarata quando se chega à Victoria Falls.


"Fumaça"das cataratas, o spray que pode ser visto a quilômetros de distância
Bom, algumas dicas pra quem vai fazer esse passeio: 

1) Leve capa de chuva! - É possível alugar uma capa de chuva na feirinha em frente à entrada, mas se tiver uma capa de chuva boa, use-a! O tour pelas quedas molha muito mais do que se pode imaginar. Leve também uma boa capa para a câmera fotográfica (eu levei e ainda assim tive que guardar a câmera a partir de determinado momento), e para o celular (o meu apesar de estar no bolso da capa de chuva, ficou completamente ensopado - nesse caso deixe o celular desligado em meio a um monte de arroz cru pra tirar a umidade).

2) Vá com roupas e sapatos que sequem facilmente e não pesem quando molhados - Sim, você vai ficar completamente encharcado! Roupas esportivas e sandálias de caminhadas são uma excelente opção (e obviamente eu não sabia disso!).

3) Leve um lanche leve e água - Apesar da estrutura possuir uma lanchonete/restaurante, no fim do caminho é possível ver a ponte que leva à Zâmbia e lá se forma um arco-íris. Depois de tanto banho, nada mal fazer uma pausa contemplando essa vista a seco, não?!


Ponte na divisa entre Zimbábue e Zâmbia que pode ser vista no fim da trilha das cataratas
Sobre a visita: o Parque não é muito grande e não é necessário pegar um guia para fazer o roteiro, que leva cerca de 2:30 horas. Mas você pode solicitar um (com antecedência), se quiser. Os primeiros pontos de parada, que são os mais distantes, são os de onde se pode observar melhor a catarata. Esses pontos ainda são secos e você não entende porque te mandaram levar uma capa de chuva (rsrsrs). Em um determinado momento, quando você se aproxima do mirante, leva uma chuvarada na cabeça. É muito estranho, porque você dá um passo pra trás e nada, mas quando volta pra frente, água na cabeça. É nesse momento que você começa a entender a necessidade da capa. Essa "chuva" nada mais é que o spray da catara e quanto mais você vai se aproximando dela, pior ele vai ficando. Até o ponto em que você tem a sensação de estar em meio a uma tempestade de verão. Mas o pior é que quanto mais perto, pior a visibilidade, então esqueça as fotos e viva a sensação de estar assim pertinho dessa maravilha da natureza e divirta-se como uma criança tomando um banho de chuva. Afinal, você não é o único ali naquela situação! 


Quase no fim da trilha e completamente ensopada

Na África (pelo menos no sul) as épocas de chuva e seca são muito bem definidas, e isso interfere no volume de água das cataratas, o que pode facilitar ou piorar a sua visibilidade.

Depois do passeio, volte pro hotel, tome um banho quente e descanse. Você merece! Rs.

Caso você ache que o passeio a pé não tenha sido o suficiente, também é possível ver a catarata de cima, fazendo um vôo de helicóptero. Assim como os outros pacotes, esse pode ser adquirido diretamente no hotel onde está se hospedado ou nas operadoras da região. Mas o interessante de fechar com o hotel é que eles tem acesso a diferentes operadoras, você não precisa ir à cidade para comprá-los (a maioria dos hotéis fica longe do centrinho) e o preço é o mesmo. 

Por falar em centrinho, você não precisa se preocupar com o deslocamento. As empresas responsáveis pelos pacotes tem o transporte incluso e os hotéis tem ônibus que vão e voltam do centro durante todo dia e até certa hora da noite. 


O segundo passeio que fiz foi o mais lindo e emocionante da minha vida! Caminhar com leões em seu habitat natural foi simplesmente fantástico! A princípio eu estava um pouco relutante, pois achei que os leões estariam dopados, como em alguns outros lugares, mas eu não poderia saber se não fosse ver, então, lá fui eu. O valor do passeio é alto (150 dólares, assim como o dos elefantes), mas o valor ajuda a custear um projeto belíssimo de aumento da população de leões na vida selvagem. O projeto consiste em procriar os leões em cativeiro e depois inseri-los de volta no ambiente natural. Alguns deles são treinados quando pequenos para fazer esse tipo de atividade que fizemos, mas depois de certa idade passam a ver o ser humano como presa e passam pelo processo de re-inserção no ambiente natural.



Andando lado a lado com as leoazinhas
Eu me senti muito segura durante todo o passeio, pois a equipe fornece todas as informações necessárias sobre como deve-se proceder e acompanha todo o trajeto, juntamente com um guarda armado (pois existem búfalos naquela região). A visita consiste no seguinte: ao chegar ao local você assiste a um vídeo que fala do declínio da população de leões na África nos últimos anos e também sobre o projeto e sua importância. Depois são dadas informações sobre como proceder durante a visita, como se comportar com os leões e como tocá-los. E então, cada um ganha uma espécie de cajado e todos adentram a savana. Os animais nos encontram lá, em seu ambiente natural. No meu caso, foram duas leoas de 4 meses de idade, previamente alimentadas. Durante todo o tempo, a vontade das leoas prevaleceu. Se elas queriam andar, andávamos, se queriam sentar, nos revezávamos para tocá-las. Uma equipe de cerca de 8 pessoas nos acompanhou. Além do senhor armado, alguns homens eram responsáveis por distrair as leoas, outros por fotografar e filmar e outros nos orientavam todo o tempo. Foi uma experiência linda e marcante. Recomendo para quem tiver a oportunidade, de que não a perca! Ah, e também é possível participar voluntariamente do projeto.


Tocar um leão é uma das experiências mais lindas que alguém pode ter



Outro passeio que fiz foi um safari, ou game drive como eles chamam por lá, com elefantes. Eles chamam de Game todas as carnes de caça, mas eu não saberia explicar porque. Nesse passeio você chega no local e, como nos leões, recebe informações sobre a população de elefantes e sobre o que consiste o projeto. Este, ao contrário do dos leões, não visa aumentar a população de animais na vida selvagem. Eles mantêm a reprodução em cativeiro, mas os animais permanecem isolados dos outros animais. Isso porque os elefantes selvagens são muito agressivos e devastam a área por onde passam. Assim, este projeto serve mais para a manutenção da espécie e, principalmente, para a educação ambiental.



O primeiro contato com um elefante 
Bom, voltando a programação, após receber as informações, os elefantes são trazidos para perto de nós para que tenhamos um primeiro contato com eles. São animais enormes e realmente assustam um pouco. Sua pele é áspera e dura e seus pelos são muito, muito duros. Mas eles são um charme e em questão de minutos você já está completamente apaixonado por eles.

O passeio é feito por duas pessoas, além do guia. No meu caso, ainda acompanharam mais um guia e o filhote da minha elefante, que ainda está amamentando (o que deixou tudo ainda mais lindo!).


Durante o safari
Meu quarto passeio foi visitar a área rural e ver como a população da região vive. Toda a experiência com os animais foi indescritivelmente linda, mas ir à África e não conhecer a realidade das pessoas não faria sentido algum pra mim.


Então lá fomos nós, eu e meu guia, para o Village Tour. E foi incrível entrar na casa dessas pessoas tão simples e acolhedoras. Fiquei encantada com a limpeza e organização das casas, que são construídas por eles mesmos. Algumas tinham inclusive canteiros de flores ao seu redor. Mas apesar de tudo isso, essas pessoas não tem acesso à água encanada. Um dos moradores que visitei possui uma torneira no terreno e essa torneira, proveniente de doações, abastece a população daquela área. Além da água encanada, eles não têm acesso à luz elétrica e muitas vezes não tem banheiro (nem fora de casa).


Uma das famílias que eu conheci na Vila de Victoria Falls
Foi extremamente gratificante e um tanto revoltante conhecer a realidade dessa gente e conhecer a realidade do governo deles também.


Detalhe que faz a diferença: O Zimbábue não tem moeda própria há muitos anos, por isso usa o Rand (moeda da África do Sul) ou o dólar americano. Mas em alguns lugares aceita Euro e outras moedas estrangeiras. Ou seja, o custo de vida para a população é altíssimo, enquanto os rendimentos não.

Pra fechar meus dias no Zimbábue, eu não poderia fazer outra coisa senão um cruzeiro no pôr-do-sol.

Sunset cruise, um safari no rio Zombeis ao pôr-do-sol
A idéia era fazer um safari, mas a turma era tão divertida que observar os animais ficou em segundo plano. Mas o passeio é lindo, e ainda é regado a comes e bebes deliciosos. Afinal, a África sabe tratar muito bem os seus turistas!

Brasileira (eu), Sul Africano, Polonesa, Canadense, Francês e Inglesa curtindo o fim do dia

Bom, acho que esse post já ficou imenso e vou deixar o Botsuana pra próxima.

Espero que tenham gostado, porque eu amei reviver todas essas lindas experiências.

Beijos e até o próximo!

Fabi, a Rosa viajante.